A CNBB diante da eleição dos novos governantes do Brasil
Todos somos convocados para construirmos um novo Brasil. Só com o compromisso de todos, podemos realizar uma grande reconciliação em torno dos ideais de uma democracia plena, para além dos partidos e das diferenças ideológicas.
Vamos lá, de novo, só para se alguém não tiver "pescado":
"uma grande reconciliação em torno dos ideais de uma democracia plena"
Desde quando "os ideais de uma democracia plena" são algo a ser buscado por uma Conferência Episcopal?! Ou, pior, ainda, como cargas d'água uma Conferência Episcopal poderia cogitar em propor que qualquer "proposta de reconciliação" seja feita em torno destes ideais?! Ainda que nada haja de pecaminoso em buscá-los como individuos, ou seja, sem falar como Bispos (em outras palavras: o Sr. Fulano de Tal, Bispo de Fulustreca do Mato, pode, na solidão de seu quarto, ser um democrata radical; ele jamais poderia, porém, sem aviltar seu episcopado, propor suas crenças políticas como modelo), não é de modo algum aceitável nem que membros do clero venham expôr suas preferências políticas nem, muito menos, que abandonem o ensino da Igreja e a constante pregação do Santo Padre para colocar "os ideais de uma democracia plena" no lugar de Nosso Senhor, em torno de Quem deve ser feita a reconciliação se quisermos que ela ocorra. O Santo Padre já reiterou várias vezes, no contexto da formação da União Européia, o quanto é insuficiente tentar fazer esta reconciliação, esta união, em torno do que não seja Cristo. Santo Agostinho já escreveu - e isso me veio freqüentemente ao pensamento nestes últimos dias, depois que dois dos maiores inimigos da Igreja (o comunismo e o protestantismo) tomaram unidos o poder - que sem Deus um Estado nada mais é que um grande latrocínio (Civ. Dei 4,4). "Reconciliar-se" em torno de um grande latrocínio não poderia jamais ser o conselho de um Bispo!
O Partido dos Trabalhadores a que pertence o Presidente da República eleito, recolhe, desde suas origens, a presença e atuação de grupos cristãos das nossas Igrejas Locais, como ocorre também em outras agremiações político-partidárias. Os valores do Reino de Deus de que são eles portadores oferecem, certamente, subsídios para a construção de uma sociedade justa e
solidária.
Ah, sim. Então seriam valores da Igreja (que é o Reino de Deus) o aborto, o "casamento gay", a igualdade como um bem, o fim da propriedade privada, etc.?! Se houve - e infelizmente tal é o caso - infiltração de inimigos da igerja no seio do clero, se houve - e ainda há, ainda que já perto do fim por ausência de novos seguidores e senectude dos existentes - um movimento organizado contrário ao que sempre pregou a Igreja ocupando espaços físicos e hierárquicos na sofrida Igreja no Brasil, isso não significa nem que o que eles pregam seja valor da Igreja nem que a Igreja possa deixar de condenar seus falsos valores. Trata-se de um erro básico de eclesiologia. O Espírito Santo é a alma da Igreja, de que somos corpo. Um corpo sem alma é uma carne morta, e estes comunistas negam-se a acolher o Espírito. São como dedos cortados, como membros gangrenados e sem vida. Não importa quantas pessoas se juntem e gritem "ser Igreja"; sem o Espírito são algo morto espiritualmente, não formam um só corpo, não formam o que é o Corpo Místico de Cristo animado pelo Espírito Santo: a Igreja.
É até interessante - e triste - constatarmos como a má formação do clero regular e secular ajudou na vitória dos inimigos da Igreja. Vocês repararam que no Estado do Rio (onde houve uma vitória acachapante dos infanticidas) o PT só perdeu nas cidades onde há uma presença mais forte dos Padres de Campos?
A Igreja Católica, aberta ao diálogo e à colaboração em tudo que se refere ao bem comum do povo brasileiro, exorta a todos os fiéis a permanecerem em oração para que Deus ilumine os passos e as decisões dos novos dirigentes do País e dos Estados da Federação.
E, finalmente, uma frase sensata. Rezemos pela conversão dos inimigos da Igreja.
Pela Presidência da CNBB,
Dom Raymundo Damasceno Assis - Secretário-Geral
Notem o jeito novo de driblar a lei da Igreja: como D. Damasceno não pode falar em nome da CNBB, ele agora fala "pela Presidência da CNBB", procurando dar a seus argumentos escandalosos um peso que eles - graças a Deus - não têm.
©Prof. Carlos Ramalhete - livre
cópia na íntegra com menção do autor
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